OQ1

Mãos às Argamassas

Formadoras

Patrícia Moita(1), Cristina Galacho(2) e Penka Girginova(3)

Descrição

A preservação do Património é uma das mais nobres missões cometidas às sociedades contemporâneas. Conservando o legado e as manifestações do pensamento criativo produzidos nas mais diversas épocas e recorrendo aos mais distintos suportes, as comunidades mantêm vivos os elos com o passado e (re)elaboram permanentemente a sua identidade coletiva

Direção-Geral do Património Cultural

 

A deterioração do Património Cultural e Arquitetónico resulta da conjugação de fatores de natureza distinta tais como, antropogénicos e climáticos, assim como, das características intrínsecas dos materiais usados na edificação. A sua conservação é um tema de fulcral importância para as sociedades modernas e requer habitualmente uma abordagem multidisciplinar.

É neste contexto que se insere a caracterização dos materiais constituintes de monumentos históricos e arquitetónicos, como são exemplo as argamassas antigas. Os estudos envolvendo este material podem ser relevantes a vários níveis, nomeadamente pela necessidade de caracterizar globalmente os materiais utilizados, e posteriormente relacionar com os recursos existentes no local, na identificação da existência de várias fases construtivas no monumento em questão, na obtenção de informação acerca das técnicas construtivas empregues, e que foram sendo relegadas para segundo plano com o avanço da industrialização, e finalmente apoiar na avaliação do seu estado de conservação (4).

Importa referir que as argamassas históricas são materiais constituídos por um ligante, aéreo (ex: gesso ou cal) ou hidráulico (ex: cal hidráulica ou cimento), misturado com a ajuda de água com um agregado (ex: areia natural, fragmentos de rocha ou de cerâmica) (4).

Os principais objetivos desta oficina são dar a conhecer o que são argamassas históricas (composição, tipo e função), a metodologia de caracterização e os principais consolidantes usados na sua preservação.

Esta oficina inicia-se com uma breve introdução teórica sobre a temática, seguida de um percurso pelo centro histórico de Évora onde poderão visualizados, in loco, estes materiais, culminado no Laboratório HERCULES onde existe toda a infraestrutura analítica que permite a sua caracterização do ponto de vista químico, mineralógico e microestrutural.

A referida metodologia compreende diferentes fases, nomeadamente, o registo fotográfico, a observação à lupa binocular, a preparação de superfícies polidas para posterior análise por microscopia ótica (MO) e microscopia eletrónica de varrimento com espectroscopia de raios X por dispersão de energias (MEV-EDS), a preparação da amostra para análise por difração de raios X (DRX), análise termogravimétrica (ATG) e ataque ácido (AA).

Serão demonstradas algumas destas técnicas de análise assim como o seu contributo para o estudo destes materiais.

Material necessário

Roupa, calçado confortável e chapéu. A oficina inclui um percurso a pé pelo centro histórico, entre o CLAV (local da conferência) e o laboratório HERCULES

(1) Departamento de Geociências da Universidade de Évora e Laboratório HERCULES, Ciência ID: 6613-3DE9-A2C4, pmoita@uevora.pt.

(2) Departamento de Química da Universidade de Évora e Laboratório HERCULES, Ciência ID: 5516-15D2-AA6D, pcg@uevora.pt

(3) Laboratório HERCULES e IIFA, ORCID: 0000-0002-9724-041, penka@uevora.pt.

(4) António Santos Silva “A Química e a Caracterização de Argamassas Antigas” Química- Boletim da Sociedade Portuguesa de Química (2015), 137, 37-41.